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Uma dor silenciosa: como a fibromialgia afeta a saúde mental das mulheres 

13 de maio de 2025

A condição afeta principalmente as mulheres e as dores físicas podem afetar a saúde mental 

O mês de maio é marcado pela conscientização sobre a fibromialgia, uma síndrome crônica reumática que exige atenção integral — especialmente à saúde mental das mulheres, que são as mais afetadas pela condição. 

De acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), a fibromialgia afeta cerca de 3% da população brasileira, sendo que de cada 10 pacientes, entre 7 e 9 são do sexo feminino, principalmente na faixa etária de 30 a 50 anos. No entanto, a doença desencadeia condições que levam os pacientes à quadros de depressão.

“As dores da fibromialgia ocasionam inúmeros impactos na vida das pessoas que convivem com o paciente, como desajustes conjugais e familiares; diminuição da produtividade ou afastamento do trabalho. Esses impactos emocionais tendem a potencializar o sofrimento do corpo”, afirma a médica da família da FUNDAFFEMG Dra. Izabela Baggio. 

Por isso, empatia, escuta ativa e acolhimento são essenciais no enfrentamento da fibromialgia. Neste texto, você vai entender como a síndrome impacta a saúde mental e a qualidade de vida das mulheres. 

O que é fibromialgia?

A fibromialgia é caracterizada por dores crônicas generalizadas e persistentes por mais de três meses, principalmente em músculos e tendões. As causas são multifatoriais que envolve disfunção no sistema nervoso central, com influências genéticas, ambientais e psicológicas. Os sintomas são: 

  • Dor generalizada em diversos pontos do corpo; 
  • Fadiga intensa e persistente, mesmo após longas horas de sono; 
  • Distúrbios no sono reparador; 
  • Formigamento nas mãos e nos pés; 
  • Sensibilidade aumentada 
  • Dificuldades de concentração. 

Outro sintoma e que deve ser observado são os distúrbios no humor e na saúde mental que ocasionam em depressão. 

Como a depressão está relacionada com a fibromialgia?  

A conexão entre fibromialgia e transtornos mentais, como a depressão, é uma realidade. As dores incapacitantes e a falta de energia para as atividades impactam o bem-estar do paciente.  

De acordo com a Sociedade Americana de Ansiedade e Depressão, cerca de 20% dos pacientes com dores crônicas desenvolvem algum tipo de transtorno depressivo. Isso acontece, pois as dores prejudicam o sono e limitam a qualidade de vida. Além disso, o cansaço constante afeta o desempenho nas atividades e nas relações sociais e a frustração e o estresse acumulado aumentam a sensação de impotência. 

Outro fator é que, tanto a fibromialgia quanto a depressão, desequilibram o funcionamento de certos neurotransmissores relacionados ao humor e que influenciam na percepção da dor, como serotonina, noradrenalina e norepinefrina. 

Um ponto de atenção são os eventos estressantes do cotidiano que podem potencializar as dores da fibromialgia.

“Situações estressantes do dia a dia podem potencializar a dor e a fadiga, devido a uma série de mecanismos fisiológicos e psicológicos. O estresse aumenta a sensibilidade à dor, interfere no sono, causa tensão muscular e consequentemente potencializa os sintomas da fibromialgia. Esse ciclo deve ser quebrado através de tratamento multidisciplinar”, pontua a Dra. Izabela. 

Cuidados para a saúde da mulher 

O diagnóstico precoce da fibromialgia é essencial para melhorar a qualidade de vida da mulher. O tratamento deve ser multidisciplinar, envolvendo a utilização de antidepressivos, relaxantes musculares e neuromoduladores para as dores corporais. 

Além disso, a prática de exercícios físicos de forma regular e moderada é fundamental para a redução de danos. Mas atenção: para tais atividades é necessário que se respeite os limites físicos para não agravar as dores e o cansaço. 

Quanto aos sintomas de sono irregular, os medicamentos que induzem o sono podem não ser suficientes. São necessárias tomar algumas medidas, como redução de ruídos e da claridade do local onde dorme, além de evitar ingerir alimentos ou bebidas estimulantes antes de dormir.  

Informar-se e compartilhar conhecimento são passos fundamentais para quebrar estigmas e promover o acolhimento de quem convive com a fibromialgia. Para isso, compartilhe com familiares e colegas para promover a empatia e o cuidado com a fibromialgia. 

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