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Mais autoamor e menos padrões

25 de novembro de 2021

Manequim 38, 60 kg de peso e cintura fina é o perfil mais comum apresentado em revistas, programas de televisão e internet. Para alcançá-lo, muitas mulheres acabam se submetendo a uma infinidade de procedimentos, em uma conduta que, muitas vezes, além de prejudicar a saúde física, pode também impactar a saúde mental.
Segundo a psicóloga Cristina Castilho, a busca por um determinado padrão de beleza pode desencadear um movimento desequilibrado de uso de produtos de beleza e realização de infindáveis procedimentos estéticos. “Como combater expressões e marcas que são provenientes do envelhecimento sem intervenções estéticas? Para algumas mulheres, isso pode até gerar perda de identidade, por chegar ao ponto do não reconhecimento de si mesma.”
Cristina explica que alinhar-se à estética socialmente aceita faz parte da necessidade de inclusão em um determinado grupo. “Buscam-se as características pessoais semelhantes às de quem pertence àquele grupo, em situações que podem desencadear decisões irracionais, com riscos de arrependimento e não identificação.” A especialista explica que a mulher deve sempre refletir, avaliar a autoestima e identificar se está insatisfeita ou infeliz com sua imagem corporal e facial. Ao mesmo tempo, deve entender e respeitar seus limites, para que não haja o desenvolvimento de transtornos. “Não podemos ignorar as expectativas geradas versus a própria constituição física.”
Quando buscar auxílio
Excessos nunca são benéficos e, como frisa a psicóloga, é relevante descobrir o que está escondido em cada desejo, pois ele pode mascarar um sofrimento psíquico ou uma baixa autoestima. “Se temos dificuldade para lidar com alguma situação, a psicoterapia auxilia no autoconhecimento, no melhor gerenciamento das emoções e, por fim, no aprendizado em lidar com as incertezas, perdas, ganhos, mudanças e frustrações”. A especialista elencou duas condições a serem observadas com mais atenção para a busca do acompanhamento psicoterápico:
· Visão distorcida da imagem: a pessoa se sente acima do peso, sofre com isso, se olha no espelho e acredita estar “obesa”, mesmo quando, ao subir em uma balança, o equipamento indicar o peso desejável.
· Quando a busca pela beleza se transforma em vício: se está feliz, busca aprimorar algum detalhe, se está triste, busca a alegria na mudança corporal ou em algum detalhe do corpo. Esse ciclo pode se repetir sem que a mulher tenha a consciência do que está fazendo e dos fatores que a levam a fazer isso.
Exercício do autoamor
Para além dos padrões estéticos, o ser humano deve enxergar seu caráter e os valores que são cultivados para se enobrecer, aprender e cultivar o que tem de melhor. “É nos enxergando a partir de nossos esforços, das lutas e conquistas, que compreenderemos que pelo caminho haverá vitórias e frustrações”, reforça Cristina.

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