Conhecidos como vapes, dispositivos oferecem riscos à saúde semelhantes aos dos cigarros convencionais
Com aparência moderna, discreta – semelhante a pen drives ou canetas – e com sabores atrativos, os cigarros eletrônicos, também conhecidos como vapes, se popularizaram entre os jovens nos últimos anos. Segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) feita pelo Ministério da Saúde e pelo IBGE, cerca de 16,8% dos estudantes brasileiros entre 13 e 17 anos já haviam experimentado o cigarro eletrônico em 2019.
Entretanto, esse dispositivo aparentemente inofensivo é capaz de trazer graves riscos à saúde a longo, médio e até mesmo a curto prazo! Isso porque o cigarro eletrônico contém substâncias tóxicas que podem causar danos irreversíveis.
Confira os principais mitos e verdades sobre o cigarro eletrônico e o motivo de ele ser tão prejudicial quanto o cigarro tradicional.
Cigarro eletrônico não vicia: mentira
Embora os vapes sejam diferentes dos cigarros tradicionais, ambos podem desencadear riscos à saúde. Muitos cigarros eletrônicos contêm nicotina e tabaco, substâncias altamente viciantes presentes também nos cigarros tradicionais. Além disso, eles podem conter outras substâncias tóxicas, como monóxido de carbono e metais pesados, que causam dependência e sérios danos à saúde.
A aparência inofensiva, os sabores doces e o marketing disfarçado tornam o cigarro eletrônico ainda mais perigoso, especialmente para o público jovem.
Cigarro eletrônico é proibido no Brasil: verdade
Desde 2009, uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proíbe a comercialização, a fabricação e a publicidade de cigarros eletrônicos no país. Em abril de 2024, a agência reforçou essa decisão, proibindo também a importação, a distribuição, o armazenamento, o transporte e a propaganda de dispositivos eletrônicos para fumar.
As medidas visam conter o avanço do vício e proteger especialmente os jovens dos efeitos nocivos do cigarro eletrônico.
Cigarros eletrônicos não fazem mal à saúde: mentira
O consumo do cigarro eletrônico está associado a doenças graves, como:
- Câncer de pulmão;
- Acidente vascular cerebral (AVC);
- Doenças cardíacas, como hipertensão e infarto;
- Lesões pulmonares graves, como a Evali, que é exclusivamente associada ao uso de cigarros eletrônicos. Seus principais sintomas são tosse, dor torácica e dispneia, além de dor abdominal, náuseas, vômitos, diarreia, febre, calafrios e perda de peso;
- Envelhecimento precoce, cansaço e falta de ar;
- Morte súbita.
Além disso, a fumaça inalada de forma passiva, ou seja, por pessoas que não fumam, mas que estão em um mesmo ambiente fechado de fumantes, também é perigosa.
Cigarros eletrônicos aumentam o risco de fumar: verdade
Apesar da propaganda que tenta vender o vape como uma “alternativa segura” para o cigarro convencional, não há comprovação científica de que o cigarro eletrônico auxilia na cessação do tabagismo.
- Na verdade, estudos de pesquisadores do Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontam que os usuários de cigarro eletrônico têm maior probabilidade de experimentar o cigarro convencional, comportamento verificado principalmente entre os adolescentes. Ou seja, o vape pode ser uma porta de entrada para o vício e ser um caminho sem volta.
A informação é o caminho
A conscientização sobre os riscos do cigarro eletrônico é essencial. Converse com crianças e adolescentes sobre os perigos dos vapes, incentive-os à prática de hábitos saudáveis e esteja atento a mudanças de comportamento. Espalhar a verdade sobre os riscos do cigarro eletrônico pode ajudar a prevenir o início do vício entre jovens e evitar problemas graves de saúde no futuro.
Grupo Bons Ares
Além de serem um problema entre os jovens, os cigarros eletrônicos são porta de entrada para o tabagismo na vida adulta. Para os beneficiários acima dos 18 anos que enfrentam esse vício, a FUNDAFFEMG oferece o Grupo Bons Ares, um suporte para quem deseja cessar a dependência da nicotina. O programa acontece por meio de encontros educacionais, além do acompanhamento individual com pneumologista. Para mais informações, procure a Central de Atendimento.